Reflexão: Educação para adultos
Hoje,
nesse mundo de tecnologia e informação on-line em que vivemos, a necessidade de
compreender o meio e a sociedade, e reinventarmos
nossa própria história é mais que uma obrigação, é uma necessidade de sobrevivência.
Aqueles
que se aventuram, depois de alguns anos sem estudar, que por algum motivo
pararam seus estudos e agora retornam, são aqueles que não têm medo de arriscar
a conhecer um novo mundo. Eles procuram a alegria das palavras, o sabor
dos números, a novidade na história, a magia da biologia, entre tantas outras maravilhas que podemos aprender
na escola.
Sendo assim segue abaixo um breve estudo comparativo entre a Pedagogia e a Educação para Adultos.
PEDAGOGIA
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ENSINO PARA ADULTOS
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A experiência daquele
que aprende é considerada de pouca utilidade. O que é importante, pelo
contrário, é a experiência do professor.
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Os adultos são
portadores de uma experiência que os distingue das crianças e dos jovens. Em
numerosas situações de formação, são os próprios adultos com sua experiência
que constituem o recurso mais rico para as suas próprias aprendizagens.
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A disposição para
aprender aquilo que o professor ensina tem como fundamento critérios e
objetivos internos à lógica escolar, ou seja, a finalidade de obter êxito e
progredir em termos escolares.
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Os adultos estão
dispostos a iniciar um processo de aprendizagem desde que compreendam a sua
utilidade para melhor afrontar os problemas reais da sua vida pessoal e
profissional.
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A aprendizagem é
encarada como um processo de conhecimento sobre um determinado tema. Isto
significa que é dominante a lógica centrada nos conteúdos, e não nos
problemas.
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Nos adultos a aprendizagem é orientada para
a resolução de problemas e tarefas com que se confrontam na sua vida
cotidiana, não sendo possível uma lógica centrada nos conteúdos.
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A motivação para a
aprendizagem é fundamentalmente resultado de estímulos externos ao sujeito,
como é o caso das classificações escolares e das apreciações do professor.
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Os adultos são
sensíveis a estímulos da natureza externa (notas, etc.), mas são os fatores
de ordem interna que motivam o adulto para a aprendizagem (satisfação,
auto-estima, qualidade de vida, etc.).
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Como
o adulto aprende.
Um caminho de
aprendizagem é a busca em compreender o adulto desde todos os componentes
humanos, e decidir como um ente psicológico, biológico e social.
A aprendizagem busca promover através
de experiências, fazendo com que a vivência estimule e transforme o conteúdo,
impulsionado a assimilação. O adulto após absorver e digerir aplica. É o
aprender através do fazer, o “aprender fazendo”.
Estamos
continuamente aprendendo novos comportamentos ou modificações de
comportamentos. Aprendemos em toda a parte, na escola e fora dela. Aprendemos
de forma sistemática, organizada, mas aprendemos também de forma assistemática.
A realização do processo de
aprendizagem depende de três elementos principais:
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Situação
estimuladora: soma de fatores que estimulam os órgãos dos sentidos da pessoa
que aprende. Se houver apenas um fator, esse recebe o nome de estímulo.
Exemplos de estímulos: um nome falado em voz alta; uma ordem, como “sente-se”;
uma mudança ambiental, como a falta de luz elétrica etc.
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Pessoa
que aprende: indivíduo atingido pela situação estimuladora. Para a
aprendizagem, são importante os órgãos dos sentidos, afetados pela situação
estimuladora; o sistema nervoso central, que interpreta a situação estimuladora
e ordena a ação; e os músculos que executam a ação.
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Resposta:
ação que resulta da estimulação e da atividade nervosa. Ouvindo seu nome, a
pessoa responde: o que foi? Diante da ordem, a pessoa obedece e senta-se. Na
falta de luz, o indivíduo acende um fósforo. Nesses casos, temos comportamentos
aprendidos anteriormente. A aprendizagem ocorre quando a pessoa começa a
responder ao ouvir o som do seu nome, a sentar-se quando recebe ordem nesse sentido
e a acender um fósforo quando falta luz. Uma vez aprendidos esses
comportamentos, também chamados respostas, são repetidos sempre que ocorre a
situação estimuladora. A não ser que o indivíduo tenha aprendido a não
responder certas pessoas que o chamam pelo nome e a não obedecer a certas
pessoas que o mandam sentar.
Aprendizagem na Teoria de Paulo Freire:
Consiste em
educação popular; ou seja, alfabetização de adultos. A Teoria de Paulo Freire
parte do princípio de que as pessoas não se dividem entre ignorantes e sábios.
O que de fato existe são homens e mulheres que vivem trabalham e lutam. Leva-se
em conta enormemente a história de cada pessoa do grupo.
Na relação
professor - aluno, cada grupo de aluno é auxiliado por um coordenador. Este
coordenador deve fazer tudo para que os trabalhos não girem em torno de sua
figura. Mas isto não significa que ele deva omitir-se ou anular-se, deve ser o
elemento que promove o diálogo, o debate, as indagações. Deve ser o
incentivador das descobertas e dos “por quê?”.
O caráter dinâmico da teoria é a tarefa
do coordenador, não se esgota apenas na hora do trabalho de alfabetização, sua
tarefa se prolonga pela vida do quarteirão, bairro, da cidade e do país.
O trabalho de alfabetização tem apenas
um objetivo, permitir que as pessoas disponham da palavra escrita como um
instrumento adicional para a leitura da sua realidade.
A teoria de Paulo Freire se preocupa
principalmente com a realidade em que o aluno vive, permitindo assim uma melhor
compreensão do mundo em que ele está inserido.
Seu material de trabalho é o “caderno e
cartilha”, a diferença entre caderno e cartilha é que: a cartilha é um livro,
grande ou pequeno, que traz e difunde o ponto de vista dos professores ou
pesquisadores que a fizeram, Ela já traz tudo pronto, ela é feita de modo a
dirigir o pensamento dos alunos, e ainda traz uma série de sínteses prontas
para os alunos decorarem. E com o tempo ela acaba enferrujando o pensamento.
Já o caderno é bem diferente, ele
deseja apenas ser um estímulo ma vida dos alunos, mas um estímulo seguro,
procura responder a uma necessidade básica de quem quer começar o processo de
alfabetização. O caderno é um auxílio de trabalho; portanto ele não esgota o,
assunto, não é totalmente completo e nem responde a todas as dúvidas.
No conceito antropológico de cultura,
ele atua, ele age, ele modifica a natureza. E mudando o mundo, ele muda a si
próprio. Esta atuação do homem formando o mundo se faz de duas maneiras.
Direta: quando o homem age
diretamente sobre a natureza.
Indireta: quando ele age sobre a natureza, já
transformada.
Na Educação de Adultos, aqueles que se
aventuram, depois de alguns anos sem estudar, que por algum motivo pararam seus
estudos e agora retornam, são aqueles que não têm medo de arriscar a conhecer
um novo mundo.
A maturidade
na fase adulta nos traz a independência. As experiências nos proporcionam
aprendizados, os erros nos trazem vivências que marcam para toda a vida. Somos,
então, capazes de criticar e analisar situações, fazer paralelos com as
experiências já vividas, acertar ou não as informações que nos chegam.
E mesmo diante de tantas transformações
na vida do ser humano, os sistemas tradicionais de ensino continuam
estruturados como se a mesma pedagogia utilizada para crianças deve-se ser
aplicada aos adultos. Na qual a criança absorve todas as informações que não é
possível de ser observado na fase adulta. O adulto desenvolve uma habilidade
mais intelectual, quer experimentar, vivenciar.