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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Alfabetizar na Educação Infantil, Sim ou Não?

Este texto nos leva a pensar... que valor podemos dar a esta questão? Segue o texto para refletir..
04/03/2012 18:22
                                                    Alfabetizar na Educação Infantil SIM ou NÃO?
Durante muito tempo a Educação Infantil ficou em segundo plano na pauta dos governos, hoje vem ganhando um espaço grande nas discussões. As pesquisas atuais vem cada vez mais esclarecendo a importância de se trabalhar as múltiplas linguagens na educação infantil. Essa questão vai ao encontro do que os  Parâmetros Curriculares da Educação Infantil publicado em 1998 apontou como trabalho para as crianças de 0 a 6 anos.
Mas, o que ainda nos deixa perplexos é que encontramos  instituições e professores ainda se perguntando se devem ou não alfabetizar na educação infantil. Sobre essa questão recorremos a Kramer (1986) e Ferreiro (1985) que afirmaram ser essa questão muito mal colocada, porque não se trata de dever ou não, trata-se de garantir um direito às diferentes linguagens ao âmbito da educação infantil, um contexto onde a escrita é apenas uma das linguagens para as crianças e que independe de autorização prévia do adulto.
Alfabetizar na educação infantil não é privar as crianças de brincarem, mas envolvê-las num ambiente alfabetizador num contexto de letramento. Pois, a sociedade em que vivemos é marcada pela cultura escrita e as crianças estão desde muito cedo em contato com a língua escrita, basta que tenha um trabalho sistemático por parte de um adulto para se alfabetizar.
Quando falamos em um contexto de letramento estamos nos referindo em colocar as crianças em contato com a leitura e a escrita que é muito diferente de fazer exercícios de prontidão de coordenação motora, aprender letras isoladas, copiar sílabas,  palavras, etc.
Se a alfabetização é um processo onde a crianças precisam refletir sobre a escrita ela formula hipóteses próprias para compreender o que  a escrita  representa e  como funciona, para que ocorra essas situações o acesso aos portadores de textos são essenciais. Manusear todo tipo de material escrito, como as revistas, gibis, livros, jornais, fascículos, etc.  O professor lê para turma diferentes tipos de textos, histórias e serve de escriba na produção textual. Isso não é perder o lúdico é viver em ambiente alfabetizador.
Reconhecemos que as crianças da classe média e alta já vivem nesse ambiente alfabetizador, presenciam comportamentos leitores e escritores por parte dos pais, compram livros tem acesso a computadores, jornais, revistas, museus, exposições, teatros, viagens, o tempo todo realizam enormes atos de leitura e escrita que permitem pensar sobre a escrita, isso é significativo para elas e importante no meio que elas vivem.
Muito diferente das crianças advindas de famílias de baixa renda, pois o contato com a leitura e a escrita de forma sistemática é quase inexistente, o jornal serve para tudo. A leitura e a escrita não fazem parte do seu cotidiano, os pais não tem condições para investirem em diferentes materiais de escrita, a escola acaba sendo o único lugar onde vai ocorrer o contato com a cultura letrada e o professor o mediador dessa aprendizagem, lembrando que ainda temos pais analfabetos que não podem ler para os filhos ajudar na lição de casa e assim por diante.
O ensino de 9 anos veio para  tentar minimizar  essa desigualdade, as crianças entram na escola mais cedo. As crianças de baixa renda tem ideias rudimentares sobre a escrita, diferentes das crianças das classes abastadas,  ambas estão em diferentes patamares é por conta de tais questões que a escola de educação infantil deve o quanto antes  democratizar o acesso à cultura escrita  e diminuir  as diferenças socioculturais.
 Também ressaltamos que as crianças entram na escola com essa diferença, mas não significa que uma criança de baixa renda não possa avançar nos conhecimentos da leitura e da escrita conseguindo atingir o mesmo patamar que outras crianças. Isso vai depender do que a escola pode oferecer e de que forma o professor vai planejar o seu trabalho pedagógico, estimulando a curiosidade, criando atividades desafiadoras,  uma  rotina semanal de atividades que privilegie a leitura e a escrita e que também contemplem as demais disciplinas do curriculo da educação infantil.
Essas questões não se encerra aqui mas abre possibilidades para  debates e discussões sobre a”Alfabetização na Educação Infantil”.
 
Bibliografia
KRAMER, Sônia. 1986, Alfabetização: dilemas da prática.
Ferreiro, Emilia Ferreiro. 1992. Com todas as letras.
________ Psicogênese da língua escrita. 1985.
________ Refexões sobre alfabetização. 1985.
WEIZ, Telma. 1985. Repensando a prática de alfabetização.
 


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